quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

a grande meretriz

 
O Apocalipse contém o último chamado do Deus de amor para os moradores da terra (Ap 14.6-14), expõe-nos as artimanhas de Satanás e descreve a organização que ele tem para o seu trabalho. Nenhum outro livro ostenta um conteúdo de tanta importância como este, para o homem moderno. Sua mensagem é tão crucial e imperativa que Deus pronunciou uma terrível sentença sobre todo aquele que tentar alterar sua mensagem (Ap 22.18- 19). Uma das revelações que Deus nos faz neste capítulo é a respeito do que Ele chama “o mistério de Babilônia, a grande meretriz”, e de como o conteúdo desta mensagem pode afetar nossa salvação.

I.        A ORIGEM DO TERMO MERETRIZ

“Veio um dos sete anjos que têm as sete taças e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas” (v. 1).
O nome “meretriz” vem do vocábulo grego “porne” “mulher que vende seu corpo para uso sexuais”, “prostituta”.
No Antigo Testamento, Deus sempre equiparou a o adultério e a prostituição, com a perversão e o desvio religioso. A busca aos ídolos, prática comum naquele tempo no meio do povo de Israel, era considerada por Deus com uma prevaricação, uma traição à aliança que Ele tinha com seu povo (Jr 3.7-8).
Através de Jeremias, Deus culpa tanto o Reino do Norte (Israel), como também o Reino do Sul (Judá), de haverem prevaricado, cometido adultério espiritual. A razão desta culpa foi o fato deles, entre outros pecados e desvios, haverem abandonado ao Senhor em busca dos deuses cananeus.
Deixando um pouco os reinos de Israel e Judá, e pensando no antigo Reino Babilônico, podemos ver que, em virtude da multiplicidade de seus ídolos e de suas práticas idólatras, acabou sendo na Palavra de Deus, um símbolo religioso de prostituição e adultério. É por esta razão que o sistema religioso corrompido dos últimos tempos também chamar-se-á “Grande Babilônia”, “Grande Meretriz”. A palavra “Babilônia” vem do termo hebraico “lbb”- Babel, que significa “confusão”, “mistura”.
[...] Os capítulos 17 e 18 retrata a queda da grande Babilônia (16.19). Segundo o pastor Antônio Gilberto, a Babilônia (v. 5) simboliza a totalidade do sistema mundial dominado por Satanás, que promove a iniquidade na política, na religião e no comércio.
A Babilônia religiosa (meretriz) será destruída pelo anticristo (vvs. 16-17), ao passo que a Babilônia política será destruída por Cristo na Sua vinda em Glória (Ap 19.11-21) [Comentário da bíblia pentecostal pg. 2003].
II.     QUEM É A GRANDE MERETRIZ

Enquanto que Apocalipse 13 nos descreve o Império Romano restaurado, encabeçado pela besta (Anticristo), no verso 17 mostra-nos algo novo, ou seja, que esta poderosa besta será guiada por uma meretriz (falsa igreja).
No capítulo 12 de Apocalipse Israel é representada por uma mulher, também a Igreja de Jesus é representada como uma mulher, como noiva do Cordeiro (Ap 21.9), enquanto a igreja mundial sem Cristo é apresentada como mulher (meretriz) da besta.
A meretriz não é uma seita sem expressão ou uma igrejinha qualquer. É uma instituição que abrange povos, nações e línguas diferentes, dominando grandes multidões.
Meretriz representa a igreja decaída, contaminada com o pecado e com o paganismo babilônico. Quando se estuda a história eclesiástica, vimos que quando a igreja quis valer-se do estado para legislar em assuntos religiosos, o resultado foi a incorporação de falsas doutrinas no seio da cristandade. Esta verdade é também confirmada por Apocalipse 17.
“Com quem se prostituíram os reis da terra; e, com o vinho de sua devassidão, foi que se embebedaram os que habitam na terra” (v.2).
Na Bíblia, religiões falsas são chamadas de prostituições, porque é forma de infidelidade a Deus (Is 23.17; Nm 3.4). A meretriz babilônica é oposto absoluto da noiva do Cordeiro então arrebatada, a Igreja de Jesus. Sendo a mulher, na visão uma meretriz, isto indica um falso sistema religioso.
Este texto deixa claro que o vinho, o qual surgiu como consequência da união ilícita da igreja com os reis da terra, embriagou ao mundo inteiro. Isto indica que este falso movimento religioso estender-se-á por todo o mundo. “Os que habitam na terra”. Não apenas os reis, os grandes, mas os demais habitantes da terra.
Não obstante, devemos ter em conta que esta mulher não aparece unida a Cristo senão aos “reis da terra”. Babilônia representa à igreja cristã que, com o fim de receber legados e honras do Império Romano, apostatou da verdade.
A Bíblia repetidas vezes compara ao povo de Deus que abandonou a verdade e ido em após de outras crenças, com uma mulher infiel ou prostituta. As seguintes afirmações, feitas por Deus mesmo, são exemplo disso:
“Não te alegres, Israel, não saltes de gozo como outros povos, pois fornicaste ao apartar-te de teu Deus. Amaste o salário de prostitutas em todas as eras de trigo” (Os 9.1). “Mas como a esposa infiel abandona a seu esposo, assim vos levantastes contra mim, casa de Israel, diz Jeová” (Jr 3.20).
O falso sistema religioso permite que seus seguidores professem que são de Deus enquanto, na realidade, adora e serve a outros deuses.
Os hipócritas e os falsos profetas obtêm sucesso como resultado da sua doutrina, porque ela induz a sociedade mundana a unir-se a ela.

Sentada sobre as águas (v. 1).
O que significa “Sentada sobre as águas? João ao ter esta revelação fica admirado com tudo que vê. Mas o anjo (v. 5), interpreta tudo que ele vê: “Falou-me ainda: As águas que viste, onde a meretriz está assentada, são povos, multidões, nações e línguas.
Não nos restam dúvidas sobre o fato de que o povo estará apoiando este sistema religioso corrupto, devasso.
As águas representam povos, nações e línguas. Sua condição de grande dominadora dos povos é uma das características que interessa o anticristo. Por isto, ele a colocará para cumprir suas decisões. Assim, a posição estratégica que será dada à igreja prostituída no esquema do Anticristo, é o ministério religioso.

III.  A LUXURIA DA MERETRIZ

1. Achava-se a mulher vestida de púrpura. “A mulher usava um vestido cor de púrpura e vermelho vivo e estava coberta de enfeites de ouro, de pedras preciosas e pérolas... (v. 4).
Já sabemos que ela é uma meretriz (v. 1), mas ela se veste como se fosse uma mulher rica. A Púrpura e escarlata são tecidos coloridos e os mais luxuosos da época. Representam pompa, realeza e luxo e orgulho. Mesmo ela sendo bem-vestida e atraente às nações, Deus viu o seu cálice cheio de abominações e imundícias, coisas repugnantes ao Santo Senhor.
Em princípio não podemos ver nesta mulher desviada nada além da igreja romana, pois nenhuma religião no mundo corresponde a este descrito em Apocalipse 17. Onde existe uma igreja vestida de tanta escarlata como ela?

2. Com o vinho de sua devassidão. “O cálice está cheio e tendo na mão um cálice de ouro transbordante de abominações e com as imundícias da sua prostituição” (v. 4).
Todos os teólogos concordam que Roma corrompeu outras nações, envolvendo -as na sua libertinagem. Os excessos de Roma, e especialmente de alguns dos imperadores, são bem documentados na história do período. Países que estabeleceram relações favoráveis ao comércio com Roma lucraram como fornecedores de bens consumidos neste contexto materialista. A mesma descrição pode incluir outros aspectos da corrupção romana – ganância, idolatria, imoralidade, etc.
Dois grandes males são aqui denunciados: abominação e imundícias. A palavra abominação do grego bdelugma que significa uma coisa suja, horrível, detestável. No Antigo Testamento, os ídolos eram visto como abominação, pois os seus adoradores emprestava-lhe uma glória que só a Deus pode ser tributada (Dt 7.4-5; 25.26; 1º Sm 15.23; 2º Rs 25.13; Is 44.19; Ez 16.30). A igreja romana conduz abertamente os seus adeptos ao pecado da idolatria. Imundícia do original grego akathartes relativo a impureza (Ef 5.3-5; Cl 3.5-6; Gl 5.19-21). A Roma papal faz grandes ofertas de indulgencias e absolvições, e desta maneira atrai os homens ao pecado.
“O prostituir-se” representa a ligação da mulher com a besta, ou seja, com os reis da terra. A igreja romana sempre teve e envolvido com o sistema político mundial. Onde existe uma igreja vestida de tanta escarlata, ouro e pedras preciosas? (Basílica de São Pedro).

3. Onde existe uma igreja que leva o nome da cidade que ao mesmo tempo lhe serve de trono? “A mulher que viste é a grande cidade que domina sobre os reis da terra” (v.18).

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